ggracias27@gmail.com
CURA INTERIOR
Quando jovem, agia e pensava como um cristão
católico praticante. Os sentimentos convergiam para um caminhar
tranqüilo, sem muitas tribulações, refletindo ingenuidade nos atos e
omissões, e o amor se exteriorizava como raios de luz, iluminando os
horizontes. Como uma suave brisa inspirava a sensação de paz espiritual,
conduzindo os sonhos e esperanças para próximo de Deus, onde tudo era
possível. Então adolescente foi caminhando para a maturidade da vida
real, tornando-se um católico a sua maneira, quando tudo era permitido e
na medida em que a idade avançava imperava o desejo de conquistas de
bens e direitos, alienado a uma sensualidade destrutiva buscava
satisfações ilusórias e inconseqüentes. Como tudo que é mundano não leva
a nada, explodia na consciência o desejo de mudança, conflitando com os
prazeres materiais, aflorando num vai e vem vicioso que parecia não ter
fim. Continuava uma barreira, colidindo com os verdadeiros sentimentos
de transformação para uma nova vida. Os anos passavam e permanecia em
cima do muro, insistindo em ficar pendurado, negando a verdade que o seu
subconsciente já sabia, mas não queria encarar. A leitura o levou ao
conhecimento do divino e do profano, daí à gravidade, pois não poderia
alegar ignorância. A par da benevolência do Altíssimo, abençoado com
linda esposa, lindos filhos e bons amigos, além das vezes que sua vida
fora salva milagrosamente no passado, nada mais havia a pedir. Restava
agradecer e isso carecia de uma atitude definitiva e sincera. Indecisões
a parte, a vida é u m paradigma de mistérios onde a providência segue o
seu curso, assim foi acometido de uma moléstia que lhe trouxe
desdobramentos e recaídas, ocasionando sofrimentos no decorrer de todo
um ano, o que suscitou o empenho de uma corrente de orações por parte de
amigos e familiares, acontecendo o milagre da melhora e do despertar
para a nova vida, passando a meditar os verdadeiros sentimentos cristãos
e com isso viu nascer o amor, com o amor viu um mundo novo e nesse
mundo quer viver. Sentindo a força do muito que recebeu de todos e isso
lhe trouxe felicidade e paz. Tendo paz viu Jesus que estava dentro de si
e não percebia, mas com Ele quer permanecer, pois se sente renascido
pela Fé, confitente nos preceitos da Eucaristia e sempre em busca da
fortaleza interior a fim de manter-se forte e perseverante. Daí
prosseguiu no estudo do Livro Santo que diz, dentre tantas coisas que é a
palavra: “O que é o homem, e para que serve? Qual o seu bem e qual é o
seu mal? A duração d e sua vida é de cem anos no máximo. Como gotas no
mar e grão na areia, tais são os seus poucos anos frente a um dia da
eternidade. É por isso que o Senhor tem paciência com os homens, e
derrama sobre eles sua misericórdia. Ele vê e reconhece que o fim deles é
miserável, e por isso multiplica para eles o seu perdão. Ele tem
compaixão dos que aceitam a correção, e dos que se esforçam para lhe
cumprir os mandamentos. ”(Eclo 18, 7 – 14)